04 julho 2009

Professores: Texto do séc XVI


 Do séc XVI


Ora aqui está uma prova de que a Ministra não percebe nada de educação.
Não sabe o que os Jesuítas já sabiam nos finais do século XVI.

Vejam o que aconselhava a obra Ratio atque Institutio Studiorum, (1599), uma espécie de Plano Oficial de Estudos Jesuítas.

 

 

"Nada deve ser mais importante nem mais desejável (…) do que preservar a boa disposição dos professores (…). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (…)."

 

"Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações."

 

Recomenda-se a todos os professores um dia de repouso semanal: "A solicitude por parte dos superiores anima muito os súbditos e reconforta-os no trabalho."

 

"Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo. De outro modo os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes suceda o mesmo."

 

Incentivar e valorizar a sua produção literária: porque "a honra eleva as artes."

 

"Em meses alternados, pelo menos, o reitor deverá chamar os professores (…) e perguntar-lhes-á, com benevolência, se lhes falta alguma coisa, se algo os impede de avançar nos estudos e outras coisas do género. Isto se aplique não só com todos os professores em geral, nas reuniões habituais, mas também com cada um em particular, a fim de que o reitor possa dar-lhes mais livremente sinais da sua benevolência, e eles próprios possam confessar as suas necessidades, com maior liberdade e confiança. Todas estas coisas concorrem grandemente para o amor e a união dos mestres com o seu superior. Além disso, o superior tem assim possibilidade de fazer com maior proveito algum reparo aos professores, se disso houver necessidade."

 

 

"I. 22. Para as letras, preparem-se professores de excelência

Para conservar (…) um bom nível de conhecimento de letras e de humanidades, e para assegurar como que uma escola de mestres, o provincial deverá garantir a existência de pelo menos dois ou três indivíduos que se distingam notoriamente em matéria de letras e de eloquência. Para que assim seja, alguns dos que revelarem maior aptidão ou inclinação para estes estudos serão designados pelo provincial para se dedicarem imediatamente àquelas matérias – desde que já possuam, nas restantes disciplinas, uma formação que se considere adequada. Com o seu trabalho e dedicação, poder-se-á manter e perpetuar como que uma espécie de viveiro para uma estirpe de bons professores.

 

II. 20. Manter o entusiasmo dos professores

O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos."

 

 

Ratio Studiorum da Companhia de Jesus (1599).

 


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