06 julho 2015

Crise da Grécia: Guia de Sobrevivência aos mercados

Opinião de Brett Arends, colunista do Wall Street Journal

Tradução livre por mim, do artigo deste colunista. Artigo original aqui.

Nada de pânico!

OK, os gregos precipitaram-se a votar uma rejeição de mais austeridade (olha que bom para eles!).

E pronto! Ninguém sabe muito bem o que se vai passar a seguir...

Não há nada como uma crise financeira para aumentar os níveis de adrenalina.

Mas se ignorar o pânico das próximas 36 horas, histeria e falta de senso, aqui vai um Guia de Sobrevivência à Crise Grega:

1. Até à semana passada, o valor de mercado da dívida grega era de cerca de 280 mil milhões de euros, mais coisa menos coisa. Este valor é de cerca de 1% do PIB Europeu. Nada de especialmente grande, portanto. Entretanto, as ações gregas estão já bem lá no fundo.

2. A maior parte da dívida está nas mãos do FMI - Fundo Monetário Internacional e do BCE - Banco Central Europeu, o qual tem o efetivo poder de mandar imprimir papel, para resolver qualquer problema.

3. Não há qualquer razão para acreditar num eventual colapso do Euro ou até da União Europeia. A cidade de Detroit foi à falência: o dólar americano colapsou?

4. Se a Grécia sair da Zona Euro, não há qualquer razão para que a Itália ou a Espanha (e ainda junto: Portugal), sigam os mesmos passos. "Contágio" é uma palavra e não um argumento.

5. Lançar uma nova moeda, como por exemplo um novo Drachma grego, é uma coisa perfeitamente gerível, desde que as organizações internacionais, tais como o FMI, se envolvam. Ajudaram os países da ex-União Soviética a fazê-lo nos anos 1990, com sucesso e sem grande dor. Podem fazer o mesmo na Grécia, se quiserem.

6. A economia da Grécia é do tamanho do Estado do Alabama (EUA). E já está em profunda, muito profunda depressão. É muito mais provável que recupere nos próximos 12 meses, do que fique pior - especialmente se sair do Euro.

7. Isto tudo não passa de uma crise política na Europa. Não é é uma crise económica!

8. Os media adoram estas coisas e adoram alimentar a histeria ao máximo, pois os rapazes dos canais de televisão querem ter os espetadores colados às televisões.

9. Geralmente, os mercados reagem excessivamente mal às crises. A primeira prioridade de muitos gestores não é ganhar dinheiro no longo prazo, é mais não perder a face no curto... Portanto, acabam por vender primeiro e fazer perguntas depois (se é que as fazem) - à cowboy, portanto...

10. Se é que o passado serve de guia, esta semana vai fazer brotar algumas boas oportunidades de compra, para todos aqueles que estiverem atentos. Siga o mercado.

Peço desculpa por estragar a "festa"...

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