O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa está de saída e desde há uns tempos para cá vai dizendo algumas verdades desconfortáveis ao governo que quis ter, da sua cor política.
Em matéria de saúde, nomeadamente, disse na cara do Sr. Primeiro-Ministro, que Portugal está a fazer o "caminho das pedras", ao não continuar a reforma profunda que o PS introduziu na saúde, mas nada fazer de alternativo.No meu entender, isso acontece porque este governo tem opções ideológicas e liberais diferentes. E tem o direito: foi eleito democraticamente. Agora, a questão é que, ao contrário da acusação recorrente que fazia quando na oposição, não teve competência para executar o que pretende (será que verdadeiramente sabe o que pretende?).
Nenhum setor é fácil, mas a saúde é especialmente difícil. Também aqui, não há soluções milagrosas. Há uma necessidade de atacar os problemas de forma multifatorial, e sempre com o apoio dos recursos humanos disponíveis em cada área. Fazer o que está certo recolhe o apoio das pessoas. E o contrário dá origem a bloqueios.
E tem acontecido isso.
Este governo foi eleito com a premissa de que fazia melhor, porque os outros eram "incompetentes". Ora estão a provar que estão longe de (saber) fazer melhor. Mais: estão a chegar à conclusão de que algumas soluções que o anterior governo estava a implementar, nomeadamente na questão das urgências regionais, é, provavelmente, a única solução viável para essa área. Perdemos mais de 2 anos para chegar à conclusão de que é preciso avançar na direção que o anterior governo já estava a trabalhar.
Mas não pode ser CONTRA médicos, enfermeiros e outro pessoal. Tem que ser COM eles.
Quem me lê, sabe que falo nisto há perto de uma década: na região do Porto, não há problemas com urgências. Porquê? É só replicar o sistema. Foi para isso que o governo anterior convidou o Dr. Fernando Araújo para a Direção do SNS e que o mesmo estava a trabalhar para concretizar.
Este governo começou por ostracizar a Direção do SNS, sem qualquer ideia alternativa. Chegou agora à conclusão de que tem que avançar com urgências regionais.
Perdemos tempo, devido às indecisões e incompetência em fazer melhor.
Sem comentários:
Enviar um comentário