|                                       |  |  |  | O REGRESSO DE  PORTUGAL AOS MERCADOS: NOVA OPORTUNIDADE DE INVESTIMENTO?  |                      |  |  |  |                                                              | No passado dia 7 de  maio Portugal voltou a emitir dívida pública através de Obrigações do Tesouro a  10 anos. Ao todo foram colocados  três  mil milhões de euros a uma taxa anual de 5,65%, essencialmente junto de  investidores internacionais. Participaram nesta operação 369 investidores,  entre os quais bancos, bancos centrais e fundos de pensões, totalizando uma  procura na operação superior a 10 mil milhões de euros. Num mercado de dívida em  que as yields ao longo ano de 2012 e  durante o primeiro trimestre de 2013 foram sendo esmagadas, assumindo até  valores negativos para dívida de países como a Alemanha (a 2 anos), uma emissão  de dívida em euros com uma taxa de 5,65% ao ano não podia deixar de suscitar o  interesse dos que procuram um rendimento real positivo.
 
 Ao longo desta  newsletter iremos detalhar um pouco mais esta emissão de dívida nacional,  caracterizar o investimento em obrigações e apresentar algumas das variáveis a  ter em consideração num investimento neste tipo de instrumento financeiro.
 A ficha técnica da OT 5,65% 15 de fevereiro de 2024 
 Tipo: Obrigações do  Tesouro a 10 anos
 
 Valor total da  emissão: 3 mil milhões de euros
 
 Data de emissão: 14  de maio de 2013
 
 Data de vencimento:  15 de fevereiro de 2014
 
 Cupão: 5,65%, pago  anualmente
 
 Valor nominal: 0,01  €
 
 Mercado de  negociação: Euronext Lisbon
 Quem foram os investidores que procuraram esta  emissão de dívida
 Dos 369 investidores  que participaram nesta emissão de dívida, apenas 14% ficaram em mãos  nacionais,sendo de destacar o elevado peso do britânicos e norte-americanos.  Uma nota também para o facto de 51% da emissão ter sido subscrita por fundos de  investimento.
                                                       |  |                              | Fonte:IGCP: Agência de Gestão  da Tesouraria e da Dívida Pública |  
                                                       |  |                              | Fonte:IGCP: Agência de Gestão  da Tesouraria e da Dívida Pública |  As outras emissões de OT's portuguesas
 Incluindo a mais recente  emissão de dívida pública, existem atualmente 14 emissões vivas de Obrigações  do Tesouro nacionais, com maturidades desde setembro de 2013, até ao longínquo  ano de 2037. Na tabela abaixo apresentamos-lhe as principais características  técnicas das outras 13 emissões de Obrigações do Tesouro já emitidas no passado:
                                                       | Emissão | ISIN | Cupão | Taxa de cupão | Data de emissão | Data de maturidade |                              | OT 5.45% Sep 2013 | PTOTEGOE0009 | Anual | 5,450% | 26 maio 1998 | 23  setembro 2013 |                              | OT 4.375% Jun 2014 | PTOTE1OE0019 | Anual | 4,375% | 29 outubro 2003 | 16 junho 2014 |                              | OT 3.6% Oct 2014 | PTOTEOOE0017 | Anual | 3,600% | 3 junho 2009 | 15 outubro 2014 |                              | OT 3.35% Oct 2015 | PTOTE3OE0017 | Anual | 3,350% | 13 julho 2005 | 15 outubro 2015 |                              | OT 6.4% Feb 2016 | PTOTEPOE0016 | Anual | 6,400% | 14 fevereiro 2011 | 15 fevereiro 2016 |                              | OT 4.2% Oct 2016 | PTOTE6OE0006 | Anual | 4,200% | 17 julho 2006 | 15 outubro 2016 |                              | OT 4.35% Oct 2017 | PTOTELOE0010 | Anual | 4,350% | 3 maio 2007 | 16 outubro 2017 |                              | OT 4.45% Jun 2018 | PTOTENOE0018 | Anual | 4,450% | 4 março 2008 | 15 junho 2018 |                              | OT 4.75% Jun 2019 | PTOTEMOE0027 | Anual | 4,750% | 3 março 2009 | 14 junho 2019 |                              | OT 4.80% Jun 2020 | PTOTECOE0029 | Anual | 4,800% | 17 fevereiro 2010 | 15 junho 2020 |                              | OT 3.85% Apr 2021 | PTOTEYOE0007 | Anual | 3,850% | 23 fevereiro 2005 | 15 abril 2021 |                              | OT 4.95% Oct 2023 | PTOTEAOE0021 | Anual | 4,950% | 15 junho 2008 | 25 outubro 2023 |                              | OT 4.10% Apr 2037 | PTOTE5OE0007 | Anual | 4,100% | 22 março 2006 | 15 abril 2037 |                              | Fonte: IGCP: Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida  Pública |  Note-se que apenas  uma emissão de Obrigações do Tesouro, de entre as que se encontram atualmente  vivas, tem uma taxa superior à que a República de Portugal acabou de realizar  no dia 7 de maio. Foi a emissão a 5 anos realizada em fevereiro de 2011, com  uma taxa de cupão de 6,40%. Mas quando analisamos uma obrigação (seja ela de um  emitente público ou privado) devemos ter em especial atenção duas  características, a qualidade do crédito e a sua maturidade, pois são estas as  principais determinantes da taxa de remuneração; quanto pior for a situação  financeira do emitente, e maior o prazo de pagamento da obrigação, maior deverá  ser o rendimento exigido. Características a ter em consideração no investimento  em obrigações 1. A qualidade do crédito Para auxiliar a  avaliação da qualidade de crédito das obrigações, existem agências de rating  independentes que atribuem uma notação ao emitente e às emissões de dívida, em  função da sua capacidade creditícia. Entre as maiores agências de rating estão  a Standard & Poor´s, a Moody's e a Fitch, todas elas já conhecidas dos  portugueses desde o início da crise da dívida soberana, por terem  sucessivamente realizado downgrades à  dívida pública portuguesa. Para ilustrar os  ratings de dívida e o seu significado, apresentamos a escala utilizada por  estas agências de rating para a dívida sénior de longo prazo:                                                       | Moody's | S&P | Fitch | Notação | Classificação |                              | Aaa | AAA | AAA | Qualidade máxima | Investment Grade |                              | Aa1 | AA+ | AA+ | Qualidade elevada |                              | Aa2 | AA | AA |                              | Aa3 | AA- | AA- |                              | A1 | A+ | A+ | Forte capacidade de pagamento |                              | A2 | A | A |                              | A3 | A- | A- |                              | Baa1 | BBB+ | BBB+ | Adequada capacidade de pagamento |                              | Baa2 | BBB | BBB |                              | Baa3 | BBB- | BBB- |                              | Ba1 | BB+ | BB+ | Probabilidade de cumprir obrigações,    incerteza recorrente
 | "Lixo" |                              | Ba2 | BB | BB |                              | Ba3 | BB- | BB- |                              | B1 | B+ | B+ | Obrigações de risco elevado |                              | B2 | B | B |                              | B3 | B- | B- |                              | Caa1 | CCC+ | CCC+ | Vulnerável a incumprimento |                              | Caa2 | CCC  | CCC |                              | Caa3 | CCC- | CCC- |                              | Ca | CC | CC | Perto ou em incumprimento |                              | C | C | C |                              | D | D | D |                              | Fonte: Moody's; S&P e Fitch |    Atualmente, a dívida pública da República de Portugal encontra-se  classificada como "lixo" pelas principais agências de rating internacionais,  ainda que apenas um degrau abaixo de invesment  grade. Fitch, Moody's e Standard & Poor's atribuem à dívida portuguesa as classificações de  BB+, Ba3 e BB, respetivamente. 2. A maturidade É a data em que o  principal (valor da dívida) de uma obrigação deve ser paga na íntegra. A  maturidade das obrigações é frequentemente referida como sendo de curto, médio  ou longo prazo. Geralmente, maturidades até três anos são consideradas de curto  prazo; de médio prazo as emissões de obrigações que vencem entre quatro a dez  anos e emissões de longo prazo, as obrigações com maturidades superiores a 10  anos. Seja qual for a maturidade, o emitente cumpre com as suas  responsabilidades quando a dívida chega ao seu vencimento e o pagamento de  juros final, juntamente com o principal, são pagos.
 Nem todas as  obrigações atingem a maturidade, pois algumas emissões de obrigações contemplam  a possibilidade do emitente proceder ao seu reembolso antecipado, em função de  condições definidas no prospeto da emissão, seja a possibilidade de reembolso  antecipado no final de um determinado período, ou em qualquer momento, podendo  o reembolso contemplar o pagamento de um prémio sobre o principal.
 
 Como interpretar algum do jargão
 
 Contrariamente às  ações cujo preço é negociado em moeda, no caso das ações nacionais em euros, as  obrigações negoceiam em percentagem do seu valor nominal. Por exemplo, se uma  obrigação tem um valor nominal de 50 mil euros, o preço de 100% significa que a  obrigação está a negociar ao par, ou seja, pelo seu valor nominal. É sobre o  valor nominal que é pago o cupão, de acordo com a taxa de remuneração da  emissão da obrigação, que poderá ter uma taxa fixa, ou uma taxa variável em  função de um indexante (ex: euribor, taxa de inflação,..). Face à  multiplicidade de opções que podem ter as obrigações, vamos centrar a atenção  nas emissões de obrigações clássicas, com taxa de juro fixa e maturidade  definida sem opção de reembolso antecipado.
 
 1. O preço
 
 Como referido, é  definido em percentagem do valor nominal. No momento da emissão (em mercado  primário), é de 100%, no entanto ao longo da sua vida, e até à maturidade, o  seu preço poderá flutuar, em função da situação financeira do emitente (a sua  degradação provocará a queda do preço, uma melhoria, a sua subida) e da  evolução das condições de financiamento do mercado (uma subida das taxas de  juro de mercado provocará uma queda do seu preço, uma descida o inverso).  Quando uma obrigação transaciona em mercado secundário (após emissão em mercado  primário) abaixo dos 100%, é normalmente dito que transaciona abaixo do par,  quando o seu preço é superior a 100%, está a negociar acima do par.
 
 2. O cupão
 
 A remuneração da  obrigação é materializada ao longo da sua vida através do pagamento de um cupão  periódico, podendo este assumir uma periodicidade trimestral, semestral ou  anual. O cupão é pago de acordo com a taxa a que a obrigação foi emitida, e é  pago sobre o valor nominal da obrigação. Este último aspeto assume particular  relevo quando o investimento na obrigação é realizado em mercado secundário a  um preço diferente dos 100%, uma vez que ao adquirir uma obrigação abaixo do  par, está implicitamente a garantir um cupão correspondente a uma taxa superior  à taxa de cupão da obrigação, já que o cupão é pago em função do valor nominal  da obrigação. Ao invés, ao adquirir uma obrigação acima do par, sucede precisamente  o inverso, ou seja, implicitamente a taxa recebida será inferior à taxa de  cupão da obrigação. Por último, é importante referir que na compra de uma  obrigação em mercado secundário, é normalmente pago o juro corrido ao vendedor,  sendo depois recuperado na íntegra na próxima data de pagamento de cupão da  obrigação.
 
 3. O reembolso ao par na maturidade
 
 O reembolso da  obrigação é realizado pelo valor nominal na maturidade, o que corresponde ao  valor emprestado na data de emissão. No entanto, quando o investimento é  realizado em mercado secundário, a preços diferentes do valor nominal, o valor  de reembolso na maturidade será diferente do valor investido. Caso a obrigação  seja comprada abaixo do par, tal significa que na maturidade o investidor  receberá 100% do valor nominal, ou seja, um valor superior ao que havia  investido aquando da compra da obrigação. Ao comprar acima do par, sucede o  inverso.
 
 4. A yield da obrigação
 
 A yield é a taxa de rendibilidade  anualizada de uma obrigação e representa o retorno efetivo de uma obrigação de  taxa fixa, tendo em conta o preço a que foi adquirida e a taxa de cupão que  paga periodicamente, assumindo o reinvestimento dos cupões pagos à mesma taxa  de retorno.
 
 Convém sublinhar que  a yield não representa a taxa de juro  à qual o emitente da obrigação está a ser financiado. Ou seja, quando se diz  que a yield das obrigações de um  determinado emitente está nos 10%, tal não significa que o emitente esteja a  pagar juros daquela magnitude, mas sim que os investidores irão ganhar em termos  anualizados 10% até à data de maturidade da obrigação. A diferença entre a taxa  de cupão e a yield deve-se à cotação da obrigação no mercado secundário.
 
 Por exemplo, quem  comprar uma obrigação na data de emissão ao par, terá uma yield igual à taxa de  cupão. Caso a obrigação esteja a cotar a um preço inferior, abaixo do par, é  necessário calcular a yield para se  ter em conta a diferença entre o valor nominal da obrigação, recebida na data  de maturidade, e o preço ao qual o título foi adquirido no mercado.
 Em conclusão.... O cupão de uma  obrigação está longe de ser a principal variável de decisão do investimento em  obrigações. O risco do emitente e a maturidade da emissão de obrigações devem  também ser avaliadas cautelosamente pelo investidor. De que serve ter uma  obrigação com um elevado cupão se o emitente não a pode pagar? Numa perspetiva  de risco de crédito um título de dívida alemão com uma yield negativa pode verificar-se um melhor investimento do que um  investimento num título de dívida de elevado cupão, mas de fraca qualidade  creditícia!
 Ainda assim,  emissões de dívida pública com as características daquela que Portugal acaba de  realizar são das poucas formas de obter um retorno real positivo no mundo  atual das obrigações, por isso, na hora de decidir, é difícil ficar indiferente  ao cupão.
 
 Como sempre, e não  nos cansamos de o repetir, no mundo dos investimentos a velha máxima de "não  colocar os ovos todos no mesmo cesto" continua a ser verdade.
 
 
 
 |                                            |  |  |  |  INVESTIR EM OBRIGAÇÕES NO ACTIVOBANK  |                        |  |  |  |                                                                      |                                                       | No ActivoBank  disponilizamos a possibilidade de investir em obrigações de duas formas,  através da negociação em bolsa e da  colocação em mercado primário. |  |  |  Negociação em bolsa
 Tão simples como  negociar uma ação. Todas as emissões de obrigações admitidas à negociação na  Euronext Lisbon estão disponíveis para serem transacionadas em activobank.pt,  na tab "Investir".
 
 Além de todas as  Obrigações do Tesouro emitidas  pela  República de Portugal (onde se incluirá brevemente também a emissão de maio  deste ano), poderá também encontrar obrigações de outros emitentes como a EDP, GALP, ZON, Mota Engil, dos principais clubes de  futebol nacionais e também bancos nacionais.
 
 
 Mercado primário
 
 Muitas das emissões  de obrigações são colocadas em mercado primário apenas junto de investidores  institucionais. No entanto, recentemente alguns emitentes nacionais têm  realizado Operações Públicas de Subscrição (OPS), permitindo desta forma o  acesso dos investidores particulares à emissões de obrigações no momento  inicial da sua emissão.
 Atualmente não  existe nenhuma OPS a decorrer, no entanto, prevê-se que ao longo deste ano  ainda possam existir mais algumas operações deste tipo, disponibilizando o  ActivoBank o acesso às mesmas, sendo ou não sindicato da operação de colocação  das mesmas.
 
 Por último, contamos  a breve prazo ter ainda mais algumas novidades sobre o investimento em  obrigações no ActivoBank, garantindo desde já que será o primeiro a saber.
 |                        |   |  A  informação disponibilizada tem caráter meramente informativo e particular,  sendo apresentada como mera ferramenta auxiliar, não devendo, nem podendo,  desencadear ou justificar qualquer ação ou omissão, nem sustentar qualquer  operação, nem ainda substituir qualquer julgamento próprio dos seus  destinatários, sendo estes, por isso, inteiramente responsáveis pelos atos e  omissões que pratiquem. Assim, e apesar de considerar que o conjunto de  informações apresentadas foi obtido junto de fontes consideradas fiáveis, nada  obsta que aquelas possam, a qualquer momento e sem aviso prévio, ser alteradas.  Qualquer alteração nas condições de mercado poderá implicar alterações nesta  informação. Não pode, nem deve, pois, o Banco ACTIVOBANK, S.A. garantir a  exatidão, veracidade, validade e atualidade do conteúdo informativo que compõe  a informação apresentada, pelo que o mesmo deverá ser sempre devidamente  analisado, avaliado e atestado pelos respetivos Clientes. Os investidores devem  considerar esta informação como mais um instrumento no processo de tomada de  decisão de investimento. O Banco ACTIVOBANK, S.A. rejeita, assim, a  responsabilidade por quaisquer eventuais danos ou prejuízos resultantes, direta  ou indiretamente da utilização da informação apresentada, independentemente da  forma ou natureza que possam vir a revestir. A reprodução total ou parcial  desta informação não é permitida sem autorização prévia.
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