A inflação na União Europeia baixou de 2,2% para 2,1%, o que é incrível, dado o contexto internacional. Por outro lado, parece a calma antes da tempestade...
31 outubro 2025
A inflação na Europa. O Porto como imagem da Europa
Mudança política nos Países Baixos
Nos Países Baixos, no momento em que escrevo, ainda não está concluída a contagem dos votos, mas parece que o partido de centro-esquerda D66 tem a vitória assegurada e terá a incumbência de tentar formar governo.
Tudo normal. É a democracia a funcionar.
Que também funcionou quando, nas eleições legislativas anteriores, foi o Partido da Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, que venceu.
Essa vitória tinha representado uma guinada à direita na política daquele país. Para regozijo dos muitos partidos de extrema-direita europeus.
O partido PVV é conhecido pelas suas posições anti-islâmicas e eurocépticas, o que gerou forte impacto político tanto nacional quanto internacional. Tentou por diversas vezes formar governo e não conseguiu.
De polémica em polémica, acabou por perder eleitores, tendo-se registado agora um empate técnico, mas com vantagem tangencial para a esquerda.
Quero concluir com uma ideia que tenho vindo a realçar com alguma insistência: a todos os fascistasinhos que por aí andam a "sair do armário", que dizem que "a esquerda se vai extinguir", agora "é que vai ser", porque o partido fascista português vai acabar por ganhar e vai ser todo um paraíso, etc. quero-vos dizer que NÃO. Não, a esquerda só vai ficar mais forte com as ascensão da extrema-direita. O povo vai ver a miséria e a falta de ideias para o mundo. E vai reagir.
Nos Países Baixos, ao que parece, e para já, já perceberam.
Marcelo Rebelo de Sousa e a atual situação do SNS
O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa está de saída e desde há uns tempos para cá vai dizendo algumas verdades desconfortáveis ao governo que quis ter, da sua cor política.
Em matéria de saúde, nomeadamente, disse na cara do Sr. Primeiro-Ministro, que Portugal está a fazer o "caminho das pedras", ao não continuar a reforma profunda que o PS introduziu na saúde, mas nada fazer de alternativo.No meu entender, isso acontece porque este governo tem opções ideológicas e liberais diferentes. E tem o direito: foi eleito democraticamente. Agora, a questão é que, ao contrário da acusação recorrente que fazia quando na oposição, não teve competência para executar o que pretende (será que verdadeiramente sabe o que pretende?).
Nenhum setor é fácil, mas a saúde é especialmente difícil. Também aqui, não há soluções milagrosas. Há uma necessidade de atacar os problemas de forma multifatorial, e sempre com o apoio dos recursos humanos disponíveis em cada área. Fazer o que está certo recolhe o apoio das pessoas. E o contrário dá origem a bloqueios.
E tem acontecido isso.
Este governo foi eleito com a premissa de que fazia melhor, porque os outros eram "incompetentes". Ora estão a provar que estão longe de (saber) fazer melhor. Mais: estão a chegar à conclusão de que algumas soluções que o anterior governo estava a implementar, nomeadamente na questão das urgências regionais, é, provavelmente, a única solução viável para essa área. Perdemos mais de 2 anos para chegar à conclusão de que é preciso avançar na direção que o anterior governo já estava a trabalhar.
Mas não pode ser CONTRA médicos, enfermeiros e outro pessoal. Tem que ser COM eles.
Quem me lê, sabe que falo nisto há perto de uma década: na região do Porto, não há problemas com urgências. Porquê? É só replicar o sistema. Foi para isso que o governo anterior convidou o Dr. Fernando Araújo para a Direção do SNS e que o mesmo estava a trabalhar para concretizar.
Este governo começou por ostracizar a Direção do SNS, sem qualquer ideia alternativa. Chegou agora à conclusão de que tem que avançar com urgências regionais.
Perdemos tempo, devido às indecisões e incompetência em fazer melhor.
